segunda-feira, 30 de julho de 2007

Terra de Encanto

A missão em Moçambique foi muito diferente desta vez, por todos os motivos. O trabalho continuou a ser interessante, mas diferente, no global. Pessoas, grupos, emoções, vontades, atitudes e comportamentos, nada podia ser igual. E nada foi.












Sim, gostei mais da minha primeira visita a Moçambique, teve outra vivência, um encanto especial, vivi cada momento com uma magia muito própria, muito pura. Era impossível ficar novamente deslumbrada com as avenidas coloniais de Maputo, com as suas gentes, o artesanato e a vida da cidade. Era impossível repetir a visita fantástica à Ilha de Moçambique, com a festa de crianças a dançarem com um ritmo contagiante. Era impossível repetir a sensação de espanto e bem estar ao sentir a água quente da praia de Pemba, mesmo com o magnífico pôr-do-sol... Era muito difícil apreciar da mesma forma os pratos de marisco e a Laurentina gelada, mesmo com companhia agradável.









Foi tudo muito bom, mas a primeira visita foi incomparável. As expectativas eram elevadíssimas. Apesar de saber que iria ser diferente, torna-se difícil não querer o mesmo... não querer mais do mesmo, mais das emoções já vividas. Sim, o nascer e o pôr-do-sol continuam lindos de arrepiar a pele, o olhar das crianças continua apaixonante e o sorriso ingénuo, a natureza deslumbrante continua a despertar todos os sentidos, as cores das capulanas continuam vivas e alegres e os sabores permanecem idênticos. As emoções e os momentos é que são irrepetíveis, únicos e especiais. Porque quem os vive também os experiencia de forma diferente, com uma disposição e sentimentos distintos.




















Sem dúvida que esta experiência teve os seus momentos especiais e inesquecíveis, foi bom ver os mesmos sítios através de uma nova perspectiva, com pessoas diferentes, conhecer novos sítios, trabalhar em áreas diferentes para a mesma causa... Por muitos anos que viva, também desta história vou ter pedaços para contar e recordar. Desde o impacto das Jornadas na Academia, os elefantes e o casal de leões no Kruger Park, ao pôr-do-sol num banho de mar no Matemo, um paraíso inexplorado das Quirimbas, aos momentos em grupo divertidos ou mais stressantes, da preparação das Jornadas, da amiguinha Zázá a ensinar Macua e do Rusty com os óculos "Action Man", das cantorias no Karaoke, do nascer do sol nas escadas da piscina em ruínas, das danças e dos risos, dos laços de amizade criados, da aventura alucinante em catamaran, a andar a cavalo, das corridas nas ruas de Nampula ou na marginal de Maputo, das lágrimas de despedida da Dina e da Avisha, das frases que ficam aos sorrisos que perduram... Já é tudo parte de mim. Quero guardar o melhor, sempre.











A despedida de Moçambique foi triste, dolorosa e crua, tão diferente do que imaginei... Mas acredito que "everything happens for a reason", por isso pode ser que não tenha sido uma despedida, apesar de não saber quando será o reencontro com esta terra que mexe comigo. Até sempre!

2 comentários:

Miss Alcor disse...

Que lindo... até dá vontade de lá ir também!
Parece-me que correu bem!
Fico feliz por ti!

Sara Almeida disse...
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