quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Elegy



Nunca tinha ouvido falar deste filme. Não tinha expectativas, mas conseguiu surpreender-me. Não sei bem como é que algo nos pode surpreender, quando não temos expectativas, mas acontece... basta uma primeira ideia, uma primeira imagem, um título, uma primeira impressão formada, para de seguida sermos surpreendidos.


Elegy é um filme sobre a vida e o amor, sobre a relatividade do tempo e a forma como às vezes não se vive a vida, só porque... qualquer coisa. Há sempre uma razão qualquer, um raio de motivo que muitas vezes não tem razão de ser, ou não tem de ter razão... Razão construída.


Esta história tem, para mim, um poder profundo, como tantas outras histórias, filmes, livros, porque permite descobrir coisas novas e procurar mais fundo dentro de nós próprios. E tal como diz a personagem tão bem retratada pelo excelente Ben Kingsley, se voltar a ver o filme (ou ler o livro...) daqui a 10 anos, terá um significado diferente, porque eu estarei diferente. Talvez não completamente diferente, mas com uma nova forma de entendimento... Porque ao mudarmos, transformamos connosco o que vive à nossa volta.


"A beleza está nos olhos de quem vê"... e aos meus olhos, este filme é magnífico, desde o argumento, à interpretação dos actores (A Penélope Cruz, para além de sensual, interpreta uma personagem forte e vunerável ao mesmo tempo ) e à realização.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Mala de viagem 2010

Imagem Flickr

A metáfora da vida como uma viagem é muito usada, talvez porque assenta que nem uma luva, na vida de qualquer um... dos que viajam, dos que permanecem quietos. Dos que querem fazer mais da vida e dos que se cruzam com muita gente.


Nos primeiros dias do ano, dei comigo a pensar nesta viagem que é a vida, para os meus votos, desejos, objectivos ou resolução para este novo ano. E neste exercício, inevitavelmente contempla-se o percurso do ano que passou. Um caminho repleto de irregularidades no "terreno", com desafios e novidades inesperadas e com bifurcações que obrigaram a escolher o que seria melhor para mim. Uma jornada intensiva que me deu perspectivas novas sobre quem me acompanhava e quem deixou de fazer parte do meu "barco". Percorri todo o tipo de estradas, desde as rotinas mais monótonas e previsíveis como as nacionais, às situações mais desafiantes e modernas como as auto-estradas.

Atravessei nesta etapa um Inverno rigoroso e uma Primavera de muito "cultivo" e aproveitei um Verão feliz, muito feliz! O Outono acabou por me trazer a típica sensação de regresso às aulas, que implicou um friozinho na barriga, o desfazer das malas, guardar as recordações na gaveta da memória e o bronze da praia debaixo das mangas compridas do trabalho...

E apesar de esta minha resolução, tão minha e só minha, chegar tarde no calendário (não faz mal, nunca fui muito precoce em nada!) serve apenas para expressar o meu desejo de não ficar parada na mesma estação, e de transportar na bagagem apenas o essencial... a perspicácia e a intuição para fotografar a sinceridade e a essência dos que me rodeiam, roupa ligeira para me expor o suficiente ao "clima" local, mas agasalhos para me protegerem das "friezas" ocasionais; uma memória fresca para recordar com carinho os momentos especiais e não me esquecer da morada das "minhas pessoas", quando as visitar e ouvir, com paciência e generosidade nos bolsos; tranquilidade e gratidão para apreciar as paisagens à minha volta sem pressas... e coragem para arriscar por caminhos desconhecidos!
E nada de andar carregada com tristezas e preocupações de um lado para o outro...
De certeza que não precisarei de poupar sorrisos nesta minha mala de viagem... esses não pesam nada e nascem numa fonte inesgotável!