segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Secrets & Lies

Segredos. O oculto desejado. Um mistério guardado numa boca perdida, esquecido numa caixinha segura, lá dentro da amizade, ou prestes a ser usado como uma bomba detonada, por quem o apanha mal-intencionadamente.

Um segredo pode ser uma partilha, um desabafo, um colar de palavras que precisa de ser exibido mas ao mesmo tempo escondido. Um segredo pode ser algo que se sabe inadvertidamente mas se esquece por não ser nosso.
Os segredos são como aquelas caixinhas de objectos importantes que guardamos quando somos miúdos, como os bilhetes de uma ida ao cinema muito especial, uma concha de mar de um verão quente e sorridente, um pin da adolescência com significado ou a primeira carta de amor recebida... Guardamos essa caixinha no fundo de um armário esquecido, enterrada no esconderijo do quintal ou do jardim das férias, para um dia mais tarde a recuperarmos... ou para que fique eternamente selada em momentos gravados pela saudade e esquecidos pelo tempo.
Todos nós temos segredos, nossos, dos outros. Somos ensinados desde cedo que os segredos são importantes como tesouros, senão, não os usaríamos com 6 anos para conquistar uma amizade ("Vou contar-te um segredo..."). É uma espécie de moeda de troca para uma amizade ou relação mais forte. Se partilhamos um segredo com alguém, esse outro é especial... supostamente. Sente-se importante porque é o único ou dos poucos a ter uma informação preciosa. É um voto de confiança, ou talvez de ingenuidade, porque quem o passa a deter, pode usar essa informação como quiser: guardar, partilhar com outros, deturpar, espalhar. O segredo torna-se então num trunfo, que mostra a verdadeira natureza da pessoa que o tem, ou da relação que as envolve. Será que existem mesmo segredos que morrem connosco? Será que existem segredos que têm mesmo de ser revelados... ou viver na ignorância é viver feliz?




A complexidade dos segredos não se fica por aqui. Há segredos que são mentiras, que não existem, que são fruto da imaginação, do calculismo ou da maldade de alguns. Aqui, podem ser incluídas aquelas monstrinhas, as intrigas. E estas crescem desmesuradamente, mas ainda mais quanto a importância que se lhes dá. Segredo sem importância, "cusquice", segredo "cabeludo", intriga, mentira, nem sempre é fácil distinguirmos os níveis desta escala volátil.




As relações humanas são complexas demais para as compreendermos na sua plenitude. Mas com paciência e jeitinho, a compreensão vai aparecendo, sempre em forma de desafio e aprendizagem. Ou isto sou eu a convencer-me de que não há pessoas más...

3 comentários:

NI disse...

Quero acreditar que não há pessoas más. Mas a realidade teima em demonstrar que estou profundamente errada. Mas prefiro ser ingénua...

Beijo

Amor amor disse...

Eu acredito que há pessoas más, para quem nunca podemos contar nossos segredos, mesmo que sejam lindos segredos. Prefiro me conformar aceitando a realidade e me surpreender com as exceções do que acreditar que todas as pessoas seja, boas, e me decepcionar com a maioria.

Beijocas doces cristalizadas!!!;o)

Francisco disse...

Mano, tinhas prometido silêncio. Resolveste soltar a tua traição sem aviso. Humilhaste-me diante de todos. Não me resta alternativa:
-Fui eu
Nunca tive jeito para a bola. Péssima ideia fazer do sofá a minha pequena grande área. Sempre gostaste da delação. E tu mãe, gostavas assim tanto da boneca de Sèvres? Nunca te disse, mas foi um favor partir-te aquela piroseira…Por que me bateste?