domingo, 15 de abril de 2007

Chá

Não vou escrever sobre a "falta de chá" que algumas pessoas têm, apesar de ser um tema que daria "pano para mangas". Acordei a pensar que gostava de escrever sobre as simples coisas da vida, aquelas que aprecio e que sempre irei gostar, como o chá, quentinho ou versão "Ice", servido numa fina chávena, copo ou caneca, sempre docinho, acompanhado por uma fatia de bolo, biscoitos ou sozinho, faça chuva ou faça sol, aqui ou do outro lado do mundo. Lembrei-me desta bebida, que me tem proporcionado bons momentos de convívio, conversa ou apenas reflexão, no caso de desfrutar dela sem companhia. Beber um bom chá ao fim de tarde sabe tão bem! Ainda melhor, se a companhia for agradável e a conversa interessante, o chá torna-se testemunha de bons momentos de partilha e amizade.
Ao deitar, um chá quentinho e doce após um dia cansativo é um relaxante infalível, especialmente naqueles dias frios de inverno em que esta bebida nos aquece o coração.

O chá é bebido há séculos e a sua origem, como se sabe, remonta à China. Consta que a árvore do chá foi descoberta em 2737 a.C., por acaso, quando o imperador chinês Shên Nung, mais conhecido como o "Curandeiro Divino", dava um passeio pelas suas propriedades. O Imperador terá pedido a determinada altura que os seus servidores lhe fervessem um pouco de água, enquanto descansava à sombra de uma árvore. Terá sido precisamente dessa árvore que uma folha ter-se-á solto e caído dentro da taça de água fervida. Não tendo reparado, o Imperador bebeu o primeiro chá, sendo que nasceu a primeira chávena de chá.
O chá é proveniente dos rebentos verdes e frescos da planta Camellia Sinensis, da família das Teáceas. Porém, também se designam como chás as infusões provenientes de outras plantas. Consoante o processo de fabrico que é utilizado, assim se obtêm os vários tipos de chá.
Actualmente, cerca de 3 mil produtos designam-se por chá mas, na verdade, podem ser considerados chás apenas os que possuem na sua composição a planta Camellia sinensis. Ou seja, aqueles que nós chamamos de chá de hortelã, erva-cidreira e outros são, na realidade, tisanas ou infusões.


O chá até podia ser um pequeno prazer com prejuízo para a saúde, com necessidade de moderação no seu consumo, mas pelo contrário, tem benefícios e até algum poder curativo, segundo a medicina natural. Quantas vezes já nos aconselharam chá de erva cidreira para uma dor de cabeça, tília como calmante e camomila para a ansiedade? Ao que parece, o chá de menta é óptimo para a ressaca e o chá verde para o sistema imunitário, regeneração da pele e até para emagrecer, entre outros benefícios!
Realmente não me consigo lembrar de nenhum inconveniente ou desvantagem do chá, a não ser os que têm um sabor pouco agradável às nossas papilas gustativas (as minhas não apreciam particularmente o chá com aroma a baunilha, por exemplo) ou quando as queimamos (as papilas!) quando a bebida está a uma temperatura imprópria para consumo!
Vou continuar a saborear os meus chás preferidos (chá preto, de jasmim - of course -, verde, com sabor a frutos, especialmente maçã-canela, pêssego, manga ou morango) como um ritual de bem estar, mantendo a caixa de chá bem abastecida e diversificada, em casa, experimentando chás nunca dantes saboreados, nas casas de chá e usando os cinco sentidos para tirar partido desta bebida magnífica. É curioso apreciar as diferentes tonalidades dos chás quando se misturam com a água quente, tranquilizante sentir o perfume único de cada um, reconfortante aquecer as mãos frias no recipiente que acolhe esta bebida, saciante saborear cada gota e imprescindível ouvir com atenção o que nos rodeia na companhia de um chá, seja uma conversa amiga ou os nossos pensamentos.
Palavras tontas de uma "chazeira" inveterada...


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