quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Mala de viagem 2010

Imagem Flickr

A metáfora da vida como uma viagem é muito usada, talvez porque assenta que nem uma luva, na vida de qualquer um... dos que viajam, dos que permanecem quietos. Dos que querem fazer mais da vida e dos que se cruzam com muita gente.


Nos primeiros dias do ano, dei comigo a pensar nesta viagem que é a vida, para os meus votos, desejos, objectivos ou resolução para este novo ano. E neste exercício, inevitavelmente contempla-se o percurso do ano que passou. Um caminho repleto de irregularidades no "terreno", com desafios e novidades inesperadas e com bifurcações que obrigaram a escolher o que seria melhor para mim. Uma jornada intensiva que me deu perspectivas novas sobre quem me acompanhava e quem deixou de fazer parte do meu "barco". Percorri todo o tipo de estradas, desde as rotinas mais monótonas e previsíveis como as nacionais, às situações mais desafiantes e modernas como as auto-estradas.

Atravessei nesta etapa um Inverno rigoroso e uma Primavera de muito "cultivo" e aproveitei um Verão feliz, muito feliz! O Outono acabou por me trazer a típica sensação de regresso às aulas, que implicou um friozinho na barriga, o desfazer das malas, guardar as recordações na gaveta da memória e o bronze da praia debaixo das mangas compridas do trabalho...

E apesar de esta minha resolução, tão minha e só minha, chegar tarde no calendário (não faz mal, nunca fui muito precoce em nada!) serve apenas para expressar o meu desejo de não ficar parada na mesma estação, e de transportar na bagagem apenas o essencial... a perspicácia e a intuição para fotografar a sinceridade e a essência dos que me rodeiam, roupa ligeira para me expor o suficiente ao "clima" local, mas agasalhos para me protegerem das "friezas" ocasionais; uma memória fresca para recordar com carinho os momentos especiais e não me esquecer da morada das "minhas pessoas", quando as visitar e ouvir, com paciência e generosidade nos bolsos; tranquilidade e gratidão para apreciar as paisagens à minha volta sem pressas... e coragem para arriscar por caminhos desconhecidos!
E nada de andar carregada com tristezas e preocupações de um lado para o outro...
De certeza que não precisarei de poupar sorrisos nesta minha mala de viagem... esses não pesam nada e nascem numa fonte inesgotável!

6 comentários:

José J.C. Serra disse...

olá jasmim, que bom ler-te! partilho desse interesse na viagem como metáfora da vida. vejo-me, amiúde, como turista da vida (quando me entrego ao lado lúdico da existência), outras como peregrino (quando me debruço sobre o significado do que vou vivendo nos diferentes âmbitos da minha experiência) e outras ainda como simples viandante que procura usufruir do presente e de tudo o que a ele está ligado (família, trabalho, amigos, ganhos e perdas...).

sugiro-te duas leituras sobre o tema: «a arte de viajar» do alain botton; «teoria da viagem. uma poética da geografia» do michel onfray. são sobre o viajar «viajar», não como metáfora. mas claro, daí podemos retirar apontamentos para a vida.

gostei também dos apontamentos mais pessoais e da busca de síntese que fazes com este texto. parabéns... boa viagem;-)

Jasmim disse...

Obrigada Zé :)

Tinta Permanente disse...

Tens razão, a boa "bagagem" não tem necessariamente de ser pesada... :D
Beijinhos

Anónimo disse...

Querida amiga Jasmim,

Uma vez aprendi, contigo, que a Felicidade não é um destino, mas sim um caminho...ou será antes uma viagem?
Não pares de viajar mas nuca te esqueças, “viagem” implica sempre uma base de partida, um regresso e um “ninho” para recuperar as forças.
Tenho pena que não escrevas mais amiúde.
Este teu amigo continua a viajar e com uma mala cheia de sorrisos.
Bj Grande
Amicalement

Jasmim disse...

Obrigada pelo incentivo! :)

Anónimo disse...

sem palavras...muito bom. obrigada por partilhares. Teresa (Barros)